O meu professor de matemática do 11.º ano é alto, bem-parecido, charmoso e elegante. Dotado de um certo ar frio, no sorriso, as suas mãos são fortes, capazes de protegerem-me contra a maior das intempéries. Todas as raparigas dizem-se apaixonadas por ele. Admito ter-lhe algum respeito. Não gosto quando chama-me ao quadro. Não basta a acne atormentar-me a cada minuto! Ontem, a Helena chamou-me à atenção: - Pedro, creio que o professor está apaixonado por ti. - Por mim? Porquê? - respondi, receando a descoberta da minha orientação sexual. - Repara como te olha. - sussurrou-me. Senti-me despido. Acabei por corar, sem conseguir deixar de esboçar um sorriso doce. Trémulo, tentei dar continuidade ao exercício. Lápis numa mão e a outra no bolso, na procura de acalmar o meu pénis. Sem estar à espera, fui chamado ao quadro. Pelo menos, já estava habituado a disfarçar ereções. Todos os meus esboços saíram fora do desejado: algarismos e traçados gigantescos. Como se não